Abril é o mês dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), e ele traz uma ótima oportunidade para farmácias repensarem como podem ser mais acessíveis e acolhedoras para esse público.
Pequenas adaptações no ambiente, na comunicação e no mix de produtos tornam a experiência mais acolhedora para clientes autistas e suas famílias e demonstram cuidado com a diversidade de quem frequenta o ponto de venda.
Acessibilidade sensorial: o primeiro passo para o acolhimento
Muitas pessoas com autismo têm maior sensibilidade a estímulos como luzes fortes, sons altos e ambientes muito cheios. Uma farmácia mais amigável para esse público pode incluir:
- Iluminação mais suave, evitando luzes piscantes ou muito intensas;
- Redução de ruídos, como alarmes altos, rádios ligados ou sons repetitivos;
- Sinalização visual clara e objetiva, com ícones simples e informações organizadas.
- Oferecer horários de atendimento mais calmos, com ambiente controlado, também é uma prática que vem ganhando força no varejo e pode ser aplicada em farmácias, por exemplo, um “horário azul” semanal, com luz reduzida e som desligado.
Comunicação sensível e atendimento que acolhe
O atendimento é um ponto-chave para o cliente com TEA. Algumas práticas podem ser adotadas na rotina da equipe.
- Treinamento de equipe para lidar com diferentes formas de comunicação e comportamento;
- Uso de linguagem clara, direta e sem duplos sentidos;
- Manter uma postura respeitosa diante de reações inesperadas, sem pressa ou julgamentos.
Ter um farmacêutico preparado para identificar sinais de desconforto ou sobrecarga sensorial pode evitar situações estressantes para o cliente e garantir um atendimento mais humanizado.
Produtos que fazem a diferença
Além do ambiente e do atendimento, o sortimento do estabelecimento pode incluir itens pensados para pessoas com autismo ou que são frequentemente buscados por suas famílias e cuidadores.
- Protetores auriculares e abafadores de som;
- Escovas de dentes com texturas específicas ou maciez diferenciada;
- Suplementos nutricionais (sempre com prescrição adequada);
- Livros e materiais educativos sobre autismo;
- Produtos de higiene e autocuidado com baixa fragrância ou hipoalergênicos.
Organizar esses itens em uma seção visível e sinalizada pode facilitar a jornada de compra e reforçar o compromisso com a inclusão.
Um movimento de cuidado real
Adaptar o local para ser mais acolhedor não deve se limitar ao mês de abril. A proposta é criar uma experiência mais acessível o ano inteiro, algo que beneficia não só as pessoas com autismo, mas também outros públicos com necessidades específicas, como idosos, pessoas com deficiência ou famílias com crianças pequenas.
A farmácia que se posiciona de forma ativa nesse sentido se destaca não só pelo atendimento, mas também por mostrar que entende seu papel como espaço de saúde, acolhimento e bem-estar.